O ano 2020 chegou ao fim. Há cerca de um ano, projectava-se no nosso horizonte a imagem de um ano bom, belo, equilibrado (2020), justo e próspero. Suscitou grande optimismo, muitas esperanças, excelentes perspectivas. Mas acabou por se revelar um péssimo ano de luto, tristezas, dores, lágrimas, doenças (a pandemia da Covid-19), incerteza, crise, desespero…
Por Francisco Luemba
Agora, preparamo-nos para 2021. À primeira vista, as perspectivas não parecem muito boas. Mas anima-nos a esperança, a confiança e a fé na Bondade e Misericórdia de Deus. Para muitos, a esperança está nas vacinas (contra a Covid-19). Mas se antes do seu uso já suscitavam desconfianças, incertezas e polémicas, em pouco mais de uma semana de “reinado” revelaram já as suas insuficiências, graves interrogações, desconfianças, receios, medo…
Mas se o ano que terminou foi péssimo, nem por isso deixamos de ter motivos para agradecer… Agradecer a Deus e aos irmãos, aos homens e às mulheres de boa-fé e de boa vontade.
Perdemos amigos, parentes, benfeitores, pessoas a quem muito ficámos a dever. Apesar de tudo, sem qualquer mérito, nós fomos poupados, e estamos aqui e agora a testemunhar o fim de 2020. O ano terminou, mas a nossa responsabilidade pelos actos, as omissões, os escândalos, a inércia, as vinganças, enfim, pelo mal que praticamos ou pelo bem que, podendo e devendo fazer, omitimos, fica na nossa história individual e colectiva e na nossa memória.
Em Março, quando se decretou o estado de emergência, parecia ser o início de uma espécie de “fim do mundo”. Anunciava-se ou prenunciava-se uma grande hecatombe em África. Mas o fim não chegou, e a hecatombe não apareceu. Estamos com medo, ficamos mais limitados, estamos hesitantes, um tanto confusos, mas, a despeito das grandes alterações que o mundo conheceu, ainda somos nós mesmos: com os nossos desafios, as nossas alegrias (“alegrai-vos sempre no Senhor!) e as nossas esperanças na prossecução do nosso Destino.
2021 chega com muitas incógnitas: não nos traz nenhuma certeza, nenhuma vitória anunciada e garantida. Mas traz-nos a certeza de que o Amor, a Bondade e a Misericórdia de Jesus Cristo continuarão a manifestar-se nas nossas vidas. Que Ele continuará a ser tardo ou lento na ira e veloz em perdoar…
Preparemo-nos então para o Ano Novo: aceitemo-nos (mutuamente) como irmãos, como filhos do mesmo Pai, com as mesmas necessidades, os mesmos desafios, os mesmos direitos e os mesmos objectivos.
Dêmo-nos as mãos e caminhemos, todos juntos, trabalhando na construção dum mundo melhor: mais humano, mais fraterno e mais solidário.
Por isso, antes de mais, perdoemo-nos mutuamente. Eu peço perdão, sincera e humildemente, a todos aqueles que ofendi no decorrer deste mau ano de 2020; ainda que involuntária e/ou inconscientemente.
Todos juntos, reconciliados, animados de uma mesma fé, abrasados no mesmo ideal e inebriados duma mesma esperança, podemos fazer de 2021 não só um ano melhor, mas, sobretudo, um ano ímpar, decisivo e incomparável (incontornável) na construção do nosso mundo, aquele que aparece ou transparece nos nossos sonhos, nas nossas fantasias; na concretização dos nossos ideais, das nossas aspirações; na realização do nosso destino.
Eu sou um simples servo, um servo inútil…
Aos servos inúteis exige-se (sobretudo) obediência e fidelidade: devem fazer apenas aquilo que lhes é exigido, aquilo a que estão obrigados; e devem fazê-lo íntegra e fielmente, sem excessos nem faltas (falhas, incongruências ou desajustes).
Desejo-vos a todos, irmãos e irmãs em Cristo, homens e mulheres firmemente movidos pelo Bem e a vontade de servir, sem querer prejudicar, defraudar ou minimizar ninguém, um Ano Novo feliz e próspero, de paz, saúde e vitórias (e as melhores vitórias são aquelas que ganhamos contra os nossos receios, as nossas fraquezas e os nossos defeitos).
Viva o ano 2021!
Todos juntos – venceremos! Em Cristo, somos mais que vencedores!